Procurando por informação sobre os níveis de compreensão da realidade encontrei essa pérola na rede. Assim que a li, operou-se em mim um profundo entendimento sobre o assunto. Tão belo e verdadeiro é esse texto. Ensinando-nos através de histórias. Assim como fazia Jesus Cristo.
Há alguns
anos, um buscador aproximou-se de um Mestre da Arte Real, um verdadeiro místico, e
perguntou-lhe:
- Mestre,
gostaria muito de saber por que razão os seres humanos guerreiam-se e por que
não conseguem se entender, por mais que apregoem estar buscando a paz e o
entendimento, por mais que apregoem o amor e por mais que afirmem abominar o ódio?
- Essa é uma
pergunta muito séria. Gerações e gerações a têm feito e não conseguiram uma
resposta satisfatória, por não se darem conta de que tudo é uma questão de
nível evolutivo. A grande maioria da humanidade do planeta Terra está vivendo
atualmente no nível 1. Muitos outros, no nível 2 e alguns outros no nível 3.
Alguns poucos já conseguiram atingir o nível 4, pouquíssimos o nível 5,
raríssimos o nível 6 e somente de mil em mil anos aparece algum que atingiu o
nível 7.
- Mas,
Mestre, que níveis são esses?
- Não
adiantaria nada explicá-los, pois além de não entender, também, logo em
seguida, você os esqueceria e esqueceria também a explicação. Assim, prefiro
levá-lo numa viagem mental para realizar uma série de experimentos e aí, então,
tenho certeza, você vivenciará e saberá exatamente o que são esses níveis, cada
um deles, nos seus mínimos detalhes.
Colocou,
então, as pontas de dois dedos na testa do buscador e, imediatamente, ambos
estavam em outro local, em outra dimensão do espaço e tempo. O local era uma
espécie de bosque, e um homem se aproximava deles. Ao chegar
mais perto, disse-lhe o Mestre:
- Dê-lhe um
tapa no rosto.
- Mas por
quê? Ele não me fez nada…
- Faz parte
do experimento. Dê-lhe um tapa, não muito forte, mas dê-lhe um tapa!
E o homem
aproximou-se mais do Mestre e do consulente. Este, então, chegou até o homem,
pediu-lhe que parasse e, sem nenhum aviso, deu-lhe um tapa que estalou. Imediatamente,
como se fosse feito de mola, o desconhecido revidou com uma saraivada de socos
e o buscador foi ao chão, por causa do inesperado ataque. Instantaneamente,
como num passe de mágica, o Mestre e o buscador já estavam em outro lugar,
muito semelhante ao primeiro e outro homem se aproximava. O Mestre, então
comentou:
- Agora,
você já sabe como reage um homem do nível 1. Não pensa. Age mecanicamente.
Revida sem pensar. Aprendeu a agir dessa maneira e esse aprendizado é tudo para
ele, é o que norteia sua vida, é sua “muleta”. Agora, você
testará da mesma maneira, o nosso companheiro que vem aí, do nível 2. Quando o
homem se aproximou, o buscador pediu que parasse e lhe deu um tapa. O homem
ficou assustado, olhou para o buscador, mediu-o de cima a baixo e, sem dizer
nada, revidou com um tapa, um pouco mais forte. Instantaneamente, já estavam em
outro lugar muito semelhante ao primeiro.
- Agora,
você já sabe como reage um homem do nível 2: pensa um pouco, analisa
superficialmente a situação, verifica se está à altura do adversário e aí,
então, revida. Se ele
julgar-se mais fraco, não revidará imediatamente, pois irá revidar à traição.
Ainda é carregado pelo mesmo tipo de “muleta” usada pelo homem do nível 1. Só
que analisa um pouco mais as coisas e fatos da vida. Entendeu? Repita o
mesmo com esse aí que vem chegando, o nível 3.
A cena repetiu-se. Ao receber o
tapa, o homem parou, olhou para o buscador e assim falou:
- O que é
isso, moço? Mereço uma explicação, não acha? Se não me explicar direitinho por
que razão me bateu, vai levar uma surra! Estou falando sério!
- Eu e o
Mestre estamos realizando uma série de experimentos e este experimento consta
exatamente em fazer o que fiz, ou seja, bater nas pessoas para ver como reagem.
- E querem
ver como reajo?
- Sim.
Exatamente isso… e como você vai reagir? Vai revidar? Ou vai nos ensinar outra
maneira de conseguir aprender o que desejamos?
- Já nem sei
se continuo discutindo com vocês, pois acho que estou perdendo meu tempo. São
dois malucos e tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar conversando
com dois malucos. Que outro, em algum outro lugar, revide por mim. Não vou nem
perder meu tempo com vocês, pois não merecem meu esforço… São uns perfeitos
idiotas... E ainda querem me convencer de que estão buscando conhecimento.
Picaretas! Isso é o que vocês são! Uns picaretas! Uns charlatões!
Imediatamente,
aquela cena apagou-se e já se encontravam em outro luar, muito semelhante a
todos os outros. Então, o Mestre comentou:
- Agora,
você já sabe como age o homem do nível 3: gosta de analisar a situação,
discutir os pormenores, criticar tudo, mas não apresenta nenhuma solução ou
alternativa, pois ainda usa as mesmas “muletas” que os outros dois anteriores
também usavam. Prefere
deixar tudo pra lá, pois não tem tempo para se aborrecer com a ação, que prefere
deixar para os outros. É um erudito
e teórico que fala muito, mas que age muito pouco e não apresenta nenhuma
solução para nenhum problema, a não ser a mais óbvia e assim mesmo, olhe lá… É
um medíocre enfatuado, cheio de erudição, que se julga o “Dono da Verdade”, que
se acha muito “entendido” e que reclama de tudo e só sabe criticar. É o mais
perigoso de todos, pois costuma deter cargos de comando por ser, geralmente,
portador de algum diploma universitário, mais uma outra
“muleta”, e se pavoneia por isso. Possui instrução e muita erudição. Já
consegue ter um pouquinho mais de percepção das coisas, mas é somente isso. Vamos,
agora, saber como reage um homem do nível 4. Faça o mesmo com esse que aí vem.
E a cena
repetiu-se. O caminhante olhou para o buscador e perguntou:
- Por que
você fez isso? Eu fiz alguma coisa errada? Ofendi você de alguma maneira?
Enfim, gostaria de saber por que motivo você me bateu. Posso saber?
- Não é nada
pessoal. Eu e o Mestre estamos realizando um experimento para aprender qual
será a reação das pessoas diante de uma agressão imotivada.
- Pelo
visto, já realizaram este experimento com outras pessoas. Já devem ter
aprendido muito a respeito de como reagem os seres humanos, não é mesmo?
- É… Estamos
aprendendo um bocado. Qual será sua reação? O que pensa de nosso experimento?
Tem alguma sugestão melhor?
- Hoje,
vocês me ensinaram uma nova lição e estou muito satisfeito com isso e só tenho
a agradecer por me haverem escolhido para participar deste seu experimento.
Apenas acho que vocês estão correndo o risco de encontrar alguém que não
consiga entender o que estão fazendo e revidar à agressão. Mas também se não
corrermos algum risco na vida, nada jamais poderá ser conseguido, em termos de
evolução.
O Mestre
assim comentou:
- O homem do
nível 4 já está bem distanciado e se desligando gradativamente dos afazeres
mundanos. Já sabe que existem outros níveis mais baixos e outros mais elevados
e está buscando apenas aprender mais e mais para evoluir, para tornar-se um
sábio. Não é, em
absoluto, um erudito, embora até mesmo possa possuir algum diploma
universitário, e já compreende bem a natureza humana para ter percepções sensatas e lógicas. Por outro lado, possui uma curiosidade muito grande e uma
insaciável sede de conhecimentos. E isso acontece porque abandonou suas
“muletas” há muito pouco tempo, talvez há um mês ou dois. Mas vamos
continuar com o nosso aprendizado. Repita o mesmo com este homem que aí vem, e
vamos ver como reage um homem do nível 5.
O tapa estalou.
- Filho meu…
Eu bem o mereci por não haver logo percebido que estavas necessitando de ajuda.
Em que te posso ser útil?
- Não
entendi… Afinal, dei-lhe um tapa. Não vai reagir?
- Na
verdade, cada agressão é um pedido de ajuda. Em que te posso ajudar, filho meu?
- Estamos
dando tapas nas pessoas que passam, para conhecermos suas reações. Não é nada
pessoal…
- Então, é
nisso que te posso ajudar? Ajudar-te-ei com muita satisfação pedindo-te perdão
por não haver logo percebido que desejas aprender. É meritória tua ação, pois o
saber é a coisa mais importante que um ser humano pode adquirir. Somente por
meio do saber é que o homem se eleva. E se estás querendo aprender, só tenho
elogios a te oferecer. Logo
aprenderás a lição mais importante que é a de ajudar desinteressadamente as
pessoas, assim como estou a fazer com vocês, neste momento.
Instantaneamente,
a cena se desfez e logo se viram em outro caminho, um pouco mais agradável do
que os demais, e o Mestre assim se expressou:
- Quando um
homem atinge o nível 5, começa a entender que a Humanidade, em geral, digamos,
o homem comum, é como uma espécie de jovem que ainda não conseguiu sequer
se encontrar e, por esse motivo, como todo e qualquer bom jovem, é muito
inseguro e, devido a essa insegurança, não sabe como pedir ajuda e agride a
todos para chamar atenção e pedir, então, de maneira velada e indireta, a ajuda
de que necessita. O homem do
nível 5 possui a sincera vontade de ajudar e de auxiliar a todos
desinteressadamente, sem visar vantagens pessoais. Agora, dê um tapa nesse
homem que aí vem.
E o buscador
iniciou o ritual. Pediu ao homem que parasse e lançou a mão ao seu rosto.
Jamais entendera como o outro, com um movimento quase instantâneo, desviou-se e
a sua mão atingiu apenas o vazio.
- Meu filho
querido! Por que você queria ferir a si mesmo? Ainda não aprendeu que agredindo
os outros você estará agredindo a si mesmo? Você ainda não conseguiu entender
que a humanidade é um organismo único e que cada um de nós é apenas uma pequena
célula desse imenso organismo? Seria você capaz de provocar, deliberadamente,
em seu corpo, um ferimento que vai doer muito e cuja cicatrização orgânica e
psíquica vai demorar e causará muito sofrimento inútil?
Instantaneamente,
tudo se desfez e se viram em outro ambiente, ainda mais lindo e repousante do
que o último em que estiveram. Então o Mestre falou:
- Este é um
dos níveis mais elevados a que pode chegar o ser humano em sua senda evolutiva,
ainda na matéria, no planeta Terra. Um homem que conseguiu entender o que é o amor, já é um Homem sublime, inefável e quase Inatingível pelas infelicidades
humanas, pois já descobriu o começo da verdade, mas ainda não a conhece em toda
sua plenitude, o que só acontecerá quando atingir o nível 7. Logo você
descobrirá isso. Dê um tapa nesse homem que aí vem chegando. Vamos ver como
reage o homem do nível 7.
E o buscador
pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de
choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor,
compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de
tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança
encheram-lhe todo o seu ser.
- Bata nele!
– ordenou o Mestre.
- Não posso,
Mestre, não posso…
- Bata nele!
Faça um grande esforço, mas terá que bater nele! Nosso aprendizado só estará
completo se você bater nele! Faça um grande esforço e bata! Vamos! Agora!
- Não,
Mestre. Sua simples presença já é suficiente para que eu consiga compreender a
futilidade de lhe dar um tapa. Prefiro dar um tapa em mim mesmo. Nele, porém,
jamais!
- Bate-me –
disse o Homem com muita firmeza e suavidade – pois só assim aprenderás tua
lição e saberás finalmente porque ainda existem guerras na Humanidade.
- Não posso…
Não posso… Não tem o menor sentido fazer isso…
- Então – tornou o Homem – já
aprendeste tua lição. Quem, dentre todos em quem bateste, a ensinou para ti?
Reflete um pouco e me responde.
- Acho que
foram os três primeiros, do nível 1 ao nível 3. Os outros apenas a ilustraram e
a complementaram. Agora, compreendo o quão atrasados eles estão e o quanto
ainda terão que caminhar na senda evolutiva para entender esse fato. Sinto por
eles uma compaixão muito profunda. Estão de “muletas” e não sabem disso. E o
pior de tudo é que não conseguem perceber que é até muito simples e muito fácil
abandoná-las e que, no preciso instante em que as abandonarem, começarão a
progredir. Era essa a lição que eu deveria aprender?
- Sim, filho
meu. Essa é apenas uma das muitas facetas do Verdadeiro Aprendizado. Ainda
terás muito que aprender, mas já aprendeste a primeira e a maior de todas as
lições. Existe a ignorância!
Volveu o Homem com suavidade e convicção.
- Mas ainda
existem outras coisas mais que deves ter aprendido. O que foi?
- Aprendi,
também, que é meu dever ensiná-los para que entendam que a vida está muito além
daquilo que eles julgam ser muito importante, as suas “muletas”, e também sua
busca inútil e desenfreada por sexo, status social, riquezas e poder.
Diz o
Mestre:
- A
Humanidade ainda é uma criança, mal acabou de nascer, mal acabou de aprender
que pode caminhar por conta própria, sem engatinhar, sem precisar usar
“muletas”. O grande erro é que nós queremos fazer tudo às pressas e medir tudo
pela duração de nossas vidas individuais. O importante é que compreendamos que
o tempo deve ser contado em termos cósmicos, universais. Se assim o fizermos,
começaremos, então, a entender que o Universo é um organismo imenso, ainda
relativamente novo, e que também está fazendo seu aprendizado por intermédio de
nós seres vivos conscientes e inteligentes que habitamos planetas disseminados
por todo o Espaço Cósmico. Nossa vida
individual só terá importância, mesmo, se conseguirmos entender e vivenciar
este conhecimento, esta grande Verdade: “somos todos uma imensa equipe
energética atuando nos mais diversos níveis energéticos daquilo que é conhecido
como vida e Universo, que, no final das contas, é tudo a mesma coisa”.
- Mas sendo
assim, para eu aprender tudo de que necessito para poder ensinar aos meus
irmãos, precisarei de muito mais que uma vida. Ser-me-ão concedidas mais outras
vidas, além desta que agora estou vivendo?
- Mas ainda
não conseguiste vislumbrar que só existe uma única vida e tu já a estás vivendo
há milhões e milhões de anos e ainda a viverás por mais outros tantos milhões,
nos mais diversos níveis? Tu já fostes energia pura, átomo, molécula, vírus,
bactéria, enfim, todos os seres que já apareceram na escala biológica. E tu
ainda és tudo isso. Compreende, filho meu, nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma.
- Mas mesmo
assim, então não terei tempo, neste momento atual de minha manifestação no
Universo, de aprender tudo o que é necessário ensinar aos meus irmãos que ainda
se encontram nos níveis 1, 2 e 3.
- E quem o
terá jamais, algum dia? Mas isso não tem a menor importância, pois tu já estás
a ensinar o que aprendeste, nesta breve jornada mental. Já aprendeste que
existem 7 níveis evolutivos possíveis aos seres humanos, aqui, agora, neste
planeta Terra. O autor deste conto conseguiu transmiti-lo, há alguns milênios,
através da tradição oral, durante muitas e muitas gerações. Compreendes,
agora, que não será necessário mais do que uma única vida como um ser humano,
neste planeta Terra, para que aprendas tudo e que possas transmitir a todos os seres humanos, nos próximos milênios vindouros? É só
uma questão de tempo, não concordas, filho meu? Tu e todos
os demais que estão transmitindo esse conhecimento já cumpriram as suas partes.
Que os outros, os que dele estão tomando conhecimento, cumpram as suas. Para
isso são livres e possuem o discernimento e o livre-arbítrio suficientes para
fazer suas escolhas e nada tens com isso. Entendestes,
filho meu?